Leila Knijnik

Brasil | RS | Porto Alegre

Leila Knijnik, 1956, Santo Ângelo/ RS. Artista visual, vive e trabalha em Porto Alegre. Sua prática artística abrange pintura acrílica e escultura, utilizando telas tramadas, arames metálicos e outros materiais. Iniciou sua trajetória com as séries “Cores e Formas” e “Projetos Possíveis”, que ampliam formas geométricas e abstrações de plantas-baixas, ressignificando sua formação como engenheira civil. Atualmente, concentra sua pesquisa na série “O Feminino”, abordando questões relacionadas à repressão da mulher e sua relação com o vestir, com foco no uso dos corseletes. Ao longo do tempo, construiu sua formação artística de forma autônoma, recebendo orientação de artistas renomados como Lou Borghetti e Fernando Baril, além de frequentar aulas de pintura e escultura ministradas pela artista Bina Monteiro. Em 2022, realizou uma exposição individual intitulada “O Corselete” na AJURIS, em Porto Alegre. E no período entre 2020 e 2024, Leila participou de exposições em instituições públicas em Porto Alegre, Santa Cruz do Sul, Gramado e Criciúma, com curadorias de Ana Zavadil e Anaurelino Corrêa.

Qual a importância da arte em sua vida?

Considero a arte nas suas diversas linguagens um alento . Ela nos permite sair do concreto para o imaginário.Segundo Fernando Pessoa, “A arte existe porque a vida não basta”.

Como você acha que a Arte pode contribuir no fortalecimento da Cultura de Paz?

Entendo que a arte contribui    para Cultura de Paz,  qdo  expressam situações  que  sensibilizem a opinião pública.

Quais são os problemas ambientais que mais te preocupam?

A poluição do ar, as queimadas e guerras.

Na sua região, qual problema ambiental tem maior impacto em sua vida?

No meu estado, RS , o maior impacto ambiental foram as enchentes deste ano, que alagaram as cidades gaúchas, trazendo consequências trágicas para uma grande parte da população.

Na sua opinião, como a Arte pode aumentar a consciência das pessoas em relação aos problemas sociais,políticos, ambientais e humanitários?

Acredito que a as  diversas manifestações de arte, poderiam  contribuir para o aumento da conscientização publica , ao expressar os problemas de forma artística , a fim de impactar , promover questionamentos  e  a crítica. 

Vítima do Terror
Vítima do Terror

Vítima do Terror, 2023 - acrílica e colagem em canvas - 80 x 60 cm da série Registros de Guerra Em 24 de fevereiro de 2021, a invasão russa na Ucrânia trouxe à tona inúmeros relatos de assédio e violência contra mulheres nas cidades sitiadas. Vulneráveis ao domínio das tropas inimigas, essas mulheres enfrentaram abusos que iam além do físico, representando uma forma de humilhação e demonstração de poder. Não se tratava apenas de violência sexual, mas de uma tentativa de aniquilar a identidade cultural e a resistência feminina. Os corpos das mulheres se tornaram símbolos de territórios conquistados, uma prática historicamente usada para subjugar e destruir comunidades.

Corpos Dilacerados I
Corpos Dilacerados I

Corpos Dilacerados I, 2024 - acrílica e colagem sobre tela - 90 x 70 cm da série Registros de Guerra Em 7 de outubro de 2023, a invasão do grupo terrorista Hamas em Israel resultou em um massacre brutal de milhares de mulheres judias. Elas foram sujeitas a abusos violentos, muitas vezes na frente de suas famílias, e várias foram levadas como reféns para continuarem a sofrer no cativeiro. Essa violência extrema ecoa as palavras de Mia Couto e Simone de Beauvoir sobre como, em tempos de guerra, as mulheres se tornam vítimas de uma violência que visa não só o corpo, mas a alma e a identidade cultural de um povo. O corpo feminino, nesses contextos, é transformado em um campo de batalha onde a conquista é simbolizada pela violência sexual.

Corpos Dilacerados II
Corpos Dilacerados II

Corpos Dilacerados II, 2024 - acrílica e colagem sobre tela - 90 x 70 cm da série Registros de Guerra Durante a invasão russa na Ucrânia e o ataque do Hamas em Israel, as mulheres foram submetidas a atrocidades que transcendem a violência física. Esses abusos refletem um método de guerra onde o estupro é usado para destruir identidades culturais e subjugar populações. As mulheres, obrigadas a suportar a brutalidade e a gerar os filhos dos invasores, vivenciam uma forma extrema de opressão e objetificação. Conforme descrito por Simone de Beauvoir, em tempos de crise, os direitos das mulheres são os primeiros a serem questionados, e seus corpos se tornam territórios disputados e conquistados pela violência.

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