No ventre do Caosmos
Fotografia de uma composição de tampas sobre quadro.
No ventre do Caosmos
Caos de resíduos, restos, ruídos do mundo.
Em cores e formas múltiplas,
nasce um coração moldado
com os descartes do consumo.
Coletados através de parcerias
com escolas e comércios locais,
nasce, assim, o cosmos de cores
em comunhão.
Em cada círculo plástico,
uma história esquecida,
um fragmento transformado
em símbolo de reconexão.
Resíduos, antes dissonantes,
se unem num pulsar sinfônico,
formando um coração
onde cabem todas as dores
e esperanças da Terra.
Três letras surgem: PAZ,
escritas com rolos de papel
símbolos da escrita, da criação,
da memória como pergaminhos,
de um novo pacto com o planeta.
Aqui, o caos é matéria-prima,
o caosmos, intenção.
E a arte, ponte.
Eu, artista do recomeço,
organizo o material descartado
sem rigidez,
mas com um gesto amoroso,
lúdico e livre.
O coração que moldo
é a síntese do Caosmos:
um universo onde o tumulto
vira ternura,
onde o excesso vira expressão,
e onde a palavra PAZ
se ergue como um templo
feito de restos, sonhos e recomeços.