Encontrar as chaves, as portas. Os caminhos que nos levam às soluções para nossos impasses hão de ser múltiplos, porque assim o somos. A convivência com as várias crenças e modos de vida exige criatividade, intuição e um pensamento que não seja limitado ao nosso modo de vida atual, a tudo aquilo que já conhecemos e que deu errado. É preciso reinventar a vida, reiventar os processos, reinventar nossa forma de ver a nós mesmos, o outro, nosso entorno e o futuro. É preciso criar um imaginário de mundos possíveis, com soluções práticas, objetivas e criativas para que todos tenham seu espaço, seu lugar neste planeta, suas necessidades básicas reconhecidas e supridas. Não serão as religiões, a política ou qualquer tipo de crença que nos fará chegar a tais possibilidades, senão nossa sensibilidade para encontrarmos na ética nosso norte. Quais as chaves para essas múltiplas soluções de um mundo tão diverso e complexo que precisamos, urgentemente, reinventar? Que seja a ética, a alegria, o prazer e nossa sensibilidade os elementos revolucionários a imprimir em nossas vidas.

Uma obra poética sobre tudo o que vivi até então e acredito.
Se necessário apresentarei autorização de todos os poetas que contribuíram com seus poemas.

Excluímos nossas mazelas. Não as queremos ver. A loucura, a violência, e tudo o que nos mostra que não fizemos desse processo civilizatório um processo de saúde e bem estar, e sim de massificação e exclusão de tudo o que não se adapte. Fossos absurdos na distribuição de renda no planeta contribuem para que mais e mais pessoas se vejam impelidas aos delitos. A doença emocional que todos escondemos, silenciosamente, e que, num diam de repente no trânsito, explode!

Os recursos do planeta são finitos, disso sabemos. E estão se extinguindo, também sabemos. O que nos faz consumir tanto? Além, de nossas necessidades. Tapamos um buraco existencial por não conseguirmos olhar para nossas reais necessidades de interação com nossa natureza humana, nossa conexão com o todo que nos rodeia, por não encontrarmos sentido em nossa existência. E se não houver mesmo? E se o vazio existencial, como diz a psicanálise for um fato da existência humana? Então, não nos caberia fazer algo melhor com isso além de amar coisas e usar pessoas? As máscaras sociais, nosso mundo girando em torno do dinheiro, uma civilização que premia a competição e adoece pessoas a cada minuto. A depressão e o narcisismo são as doenças de nosso século e estão, de certa forma, conectados. Nossos corpos e emoções carecem um olhar cúmplice, afetuoso e honesto.

Os absurdos das guerras, em especial de uma, cruel e absurdamente desigual, em que uma população inteira está sendo exterminada. Religiosos ou econômicos, os motivos sempre serão torpes. Vivemos num mundo em que a convivência com as diferentes crenças, culturas, pensamentos e escolhas parece cada vez mais difícil, e nossos olhares continuam ignorando o quanto isso afetará nosso futuro enquanto espécie.